O mundo da medicina e da bioética foi recentemente abalado pela notícia da suspensão de um ensaio clínico promissor voltado ao tratamento da diabetes tipo 1, após a morte de dois participantes. O tratamento em questão, uma terapia celular inovadora designada VX-880, desenvolvida pela Vertex Pharmaceuticals, estava sob estudo por sua capacidade de eliminar a necessidade de administração de insulina em um pequeno grupo de pacientes.
A terapia baseia-se na obtenção de ilhas de células derivadas de células-tronco, colocadas no fígado do paciente junto com imunossupressores, similares aos utilizados em transplantes de órgãos. Em uma variação do procedimento, as células são inseridas em um dispositivo protetor, evitando a necessidade de imunossupressores, como explicado pelo Professor Douglas A. Melton, co-diretor do Instituto de Células-Tronco de Harvard.
Esse método regenerativo se destaca por criar células produtoras de insulina transplantáveis, eliminando a dependência de doadores de órgãos. Dos 14 pacientes envolvidos no estudo, três, incluindo Brian Shelton — o primeiro indivíduo considerado curado de diabetes tipo 1 através dessa terapia —, conseguiram evitar injeções de insulina após 180 dias do transplante.
Apesar do sucesso em alguns casos, a morte de dois participantes levou à pausa do programa. A empresa Vertex salienta que o VX-880 é bem tolerado e não apresentou efeitos colaterais graves, mantendo o estudo ativo com os demais participantes.
Paralelamente, outro caso semelhante foi reportado pelo Observatório de Bioética, envolvendo o ensaio clínico de edição genética contra colesterol LDL alto, onde participantes receberam a injeção de VERVE-101. Apesar de uma redução significativa nos níveis de LDL, complicações sérias surgiram, incluindo a morte de um dos voluntários.
Estes eventos ressaltam a importância de uma avaliação bioética cuidadosa dos riscos associados a terapias regenerativas e de edição genética. Enquanto a ciência avança na cura de doenças previamente incuráveis, as questões éticas, especialmente aquelas relacionadas ao uso de células-tronco embrionárias e os riscos envolvidos, demandam atenção criteriosa.
A morte de pacientes em ensaios clínicos evidencia a necessidade de posturas prudentes até que as causas sejam esclarecidas e sua relação com as terapias investigadas. Além disso, a longo prazo, o monitoramento da evolução dos pacientes e a redução dos custos se apresentam como condições essenciais para a validação definitiva dessas opções terapêuticas promissoras.
O caminho para a inovação médica é complexo e repleto de desafios éticos que devem ser enfrentados com rigor e responsabilidade.
Fonte: Clinical trial to treat diabetes suspended after the death of two patients
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4