Muitas das novas doenças que surgem têm origem em animais. Um exemplo claro disso é a pandemia do vírus do Nilo Ocidental nos Estados Unidos, em 1999. Esse evento mostrou de forma contundente como a saúde humana e animal estão profundamente conectadas. E nesse cenário, os veterinários desempenham um papel essencial na detecção e controle das zoonoses—doenças que podem ser transmitidas de animais para humanos.
Pegue a história de Sally Slavinski, uma veterinária que trabalha no Departamento de Saúde e Higiene Mental de Nova York. Em 1999, ela testemunhou algo alarmante: uma série de mortes de pássaros no Bronx Zoo. Logo depois, um número incomum de casos de encefalite em humanos começou a aparecer na cidade. A causa? O vírus do Nilo Ocidental, transmitido por mosquitos e capaz de infectar tanto pássaros quanto pessoas. Essa crise destacou a importância de incluir veterinários nas equipes de saúde pública, para monitorar e combater doenças que podem cruzar a barreira entre espécies.
Veterinários como Slavinski estão sempre de olho nas zoonoses. Eles lidam com tudo, desde o controle da raiva em guaxinins até surtos de leptospirose em cães. São, de muitas maneiras, verdadeiros “detetives de doenças”. E não só quando o assunto é saúde humana, mas também quando se trata da interação entre animais e o meio ambiente. O trabalho deles vai desde conter surtos até vacinar animais selvagens para evitar a propagação de doenças.
Outro exemplo é Elizabeth Bunting, que ajudou a criar o Programa de Saúde da Vida Selvagem em Nova York. Ela e sua equipe mostram que monitorar doenças em populações de animais selvagens é fundamental para impedir que essas doenças alcancem os seres humanos. Com o aumento de doenças emergentes vindas da vida selvagem, centralizar dados sobre doenças em animais e desenvolver ferramentas para prever sua disseminação são tarefas vitais para a saúde pública.
O retorno da gripe aviária de alta patogenicidade (H.P.A.I.) é um lembrete dos desafios contínuos que os veterinários enfrentam para proteger a saúde pública. Essa doença pode afetar tanto aves selvagens quanto de criação, e sua contenção requer medidas rigorosas de biossegurança. No entanto, a ameaça de infecções humanas e a dificuldade de controlar a doença em aves selvagens mostram a complexidade desse trabalho.
É aqui que entra o conceito de “One Health”—a ideia de que a saúde humana, animal e ambiental estão interligadas. Em um mundo onde as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade são uma realidade, entender o que acontece com os animais e o ambiente ao nosso redor é crucial para prevenir futuras crises de saúde. Os veterinários estão na linha de frente dessa batalha, monitorando doenças e trabalhando para impedir que elas se espalhem entre animais e humanos.
Conclusão
Os veterinários são peças-chave na prevenção de pandemias. Eles fazem a ponte entre a saúde animal e humana, e seu trabalho, muitas vezes invisível, é crucial para detectar, monitorar e conter doenças antes que se tornem ameaças globais. Compreender essa conexão é fundamental para enfrentar os desafios de saúde que surgem em um mundo cada vez mais interligado.
Fonte: The veterinarians preventing the next pandemic / New Yorker
Imagem gerada por Inteligência Artificial
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4