“Saudicídio”: um novo termo para um problema antigo e crescente 🏥💔

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Cláudio Cordovil

Nesta semana, um artigo na BMJ Global Health apresentou ao mundo uma nova palavra: healthocide (saudicídio). A proposta vem de Joelle Abi-Rached, professora da Universidade Americana de Beirute. Ela define o termo como a destruição intencional e sistemática não apenas da infraestrutura de saúde — hospitais, trabalhadores da saúde e cadeias de suprimentos médicos — mas também do bem-estar e da saúde de toda uma população.

Segundo Abi-Rached, a intenção é criar um alerta global contra ataques deliberados a sistemas de saúde, reforçando que tais ações violam gravemente o direito internacional e exigem reação firme da comunidade médica mundial.

📈 Um cenário de ataques em alta

Os dados da Safeguarding Health in Conflict Coalition mostram que a preocupação é real:

  • 3.600 incidentes de ataques a saúde em 2024
  • +15% em relação a 2023
  • +62% desde 2022

O que antes era visto como “dano colateral” agora, segundo especialistas, se tornou estratégia de guerra, ampliando o sofrimento civil ao destruir hospitais e matar profissionais de saúde.

🌍 Casos que inspiraram o termo

A experiência pessoal de Abi-Rached no Líbano e a destruição maciça de hospitais em Gaza são centrais para o conceito.

  • No Líbano, entre setembro e novembro de 2024, 408 profissionais de saúde foram mortos e 208 instalações danificadas por bombardeios israelenses.
  • Em Gaza, a OMS estima que metade dos hospitais está apenas parcialmente funcional, e mais de 1.500 profissionais morreram desde outubro de 2023.

🤔 Necessidade ou redundância?

A comunidade humanitária se divide:

  • Críticos como Sam Zarifi (Physicians for Human Rights) e Len Rubenstein afirmam que o termo não define um crime novo — já existem classificações no direito internacional, como crimes de guerra ou crimes contra a humanidade.
  • Apoiadores, como Amal Elamin (University of Greenwich), defendem que a palavra traz urgência e visibilidade, comparando-a à força moral de termos como “genocídio”.

⚖️ O ponto central: responsabilidade

Seja chamado de “saudicídio” ou não, especialistas concordam que a chave é responsabilizar os autores. O exemplo citado é o Tribunal Penal Internacional investigando ataques russos a hospitais na Ucrânia.

💡 Resumo bioético: “Saudicídio” é mais do que um neologismo — é uma tentativa de encapsular, em uma única palavra, a devastação deliberada de sistemas de saúde como arma de guerra. A disputa sobre sua utilidade linguística é legítima, mas o problema que ela descreve é inegável e crescente.


Fonte: A word is born — and critiqued: ‘healthocide’ / NPR

Imagem gerada por Inteligência Artificial

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

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