A Jornada de Zoë: Quando Escolher Viver Redefine Tudo

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Cláudio Cordovil

A história de Zoë, uma jovem de 22 anos que vive nos Países Baixos, é um poderoso retrato de como o desejo de morrer pode, paradoxalmente, abrir portas para a vontade de viver. Após quatro anos de lutas para obter autorização para a eutanásia devido ao sofrimento mental insuportável, ela optou por recuar no último momento, dando início a uma jornada de autodescoberta.

O Dia em Que Ela Deveria Morrer

Em 19 de junho de 2023, Zoë estava preparada para o que deveria ser seu último dia. Hospedada em um centro especializado em eutanásia, ela havia se despedido de familiares e amigos. O cenário estava pronto: um vestido branco simbolizando o recomeço e um carro fúnebre estacionado na porta. No entanto, no momento decisivo, o medo e a dúvida a dominaram. Com lágrimas, ela enviou uma mensagem a seus contatos informando sua mudança de planos: “Decidi não morrer hoje.”

A Permissão Para Morrer Como Alívio

Zoë vive em um dos poucos países onde o sofrimento mental é uma justificativa legal para a eutanásia. Paradoxalmente, saber que ela poderia morrer trouxe a paz que nenhuma terapia havia proporcionado. Ainda assim, ao recuar, novos desafios emergiram. Sem um lar para onde ir e enfrentando os julgamentos alheios, ela encontrou refúgio em uma clínica psiquiátrica.

Enfrentando o Trauma

Desde a infância, Zoë enfrentava traumas severos que desencadearam anorexia, automutilação, depressão e vícios. Apesar de anos de terapia e medicamentos, seu sofrimento persistia. Um marco importante foi a denúncia de abusos sofridos, algo que ela decidiu fazer antes de reconsiderar a eutanásia. Pela primeira vez, ela sentiu que recuperava um pouco de poder sobre sua história.

Entre Vida e Morte

Mesmo após recusar a eutanásia, Zoë continuava navegando entre viver e morrer. Como muitos que iniciam esse processo nos Países Baixos, ela encontrou no diálogo sobre a morte um caminho para explorar a vida. “Minha vida sempre foi definida pelo desejo de morrer. Quem sou eu sem isso?”, questionou-se.

Um Recomeço Gradual

Aos poucos, Zoë encontrou pequenas razões para continuar. Ela deixou a clínica psiquiátrica, ingressou em um programa de habitação assistida e voltou aos estudos. Atividades cotidianas, como cozinhar para colegas de residência ou visitar um museu, passaram a ter significados profundos. “Sobrevivi à morte, então sobreviverei à vida também”, disse ela.

Um Ano Depois: Escolhendo a Vida

No aniversário de sua tentativa de eutanásia, Zoë celebrou o que chamou de seu “primeiro aniversário real”. Ela revisitou o lugar onde quase desistiu, agora como alguém com quem escolheu tentar viver. Cercada por mensagens de amigos e flores, ela se permitiu vislumbrar um futuro. Hoje, enquanto ainda enfrenta desafios significativos, Zoë está determinada a estudar assistência social e ajudar outras pessoas que, como ela, enfrentam traumas e dor emocional.

Reflexões Sobre a Jornada de Zoë

O caso de Zoë ilustra como o sofrimento psíquico pode ser validado sem necessariamente levar à morte. Para alguns pacientes, como mostrou a pesquisa citada no artigo, a permissão para morrer oferece um espaço para repensar a vida. “A vida é valiosa porque estive tão perto de perdê-la”, resume Zoë, cuja história reflete tanto as complexidades do desejo de morrer quanto a força inesperada de escolher viver.


Fonte: How a young Dutch woman’s life began when she was allowed to die / The Guardian

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Imagem gerada por Inteligência Artificial

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