Assassinato de CEO da UnitedHealthcare expõe tensões entre seguradoras e consumidores

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Cláudio Cordovil

A morte trágica de Brian Thompson (foto), CEO da UnitedHealthcare, revelou as tensões profundas entre seguradoras de saúde e consumidores insatisfeitos com as práticas do setor. Os dizeres “deny, defend, depose” (negar, defender, depor), encontrados inscritos em balas no local do crime, despertaram atenção para um grito de guerra já conhecido por críticos das seguradoras.

Frustração contra seguradoras

Essa frase é amplamente utilizada por pacientes e grupos de apoio que denunciam táticas como negar ou atrasar a cobertura de tratamentos necessários. Advogados que processam seguradoras frequentemente destacam o termo, acusando empresas de priorizar lucros em detrimento da saúde dos pacientes.

Estatísticas refletem a magnitude do problema: 94% dos médicos entrevistados pela Associação Médica Americana relatam que o processo de autorização prévia atrasa tratamentos, enquanto 78% dizem que ele leva ao abandono do cuidado por parte dos pacientes.

Reação pública e novos desdobramentos

A repercussão do assassinato gerou indignação entre consumidores e críticas nas redes sociais. Alguns usuários expressaram pouca empatia, relembrando suas próprias dificuldades com a burocracia das seguradoras. Frases irônicas, como “minhas condolências estão fora da rede credenciada,” foram amplamente compartilhadas.

Além disso, o incidente inspirou a criação de uma criptomoeda chamada “DDD” (Deny, Defend, Depose), que alcançou uma valorização de US$ 2 milhões logo após o crime.

Impacto no setor e medidas de segurança

O ataque contra Thompson acendeu alertas em empresas de saúde e aumentou a preocupação com a segurança de executivos do setor. Especialistas apontam que, embora muitas seguradoras já contem com equipes de gestão de ameaças, o episódio pode levar a investimentos adicionais em segurança e a revisão de protocolos.

“Infelizmente, mudanças em segurança muitas vezes só ocorrem após eventos adversos,” comentou Eric Sean Clay, da International Association for Healthcare Security and Safety.

O que está por trás das tensões?

A prática de negar autorizações e a percepção de lucros elevados das seguradoras alimentam as críticas do público. Dados indicam que 10% dos pedidos de cobertura do Medicare foram negados em 2022, com índices variando entre 4% e 13% entre as empresas – a UnitedHealthcare apresentou uma taxa de 8,7%.

Protestos contra seguradoras também têm aumentado. Em julho, manifestantes foram presos após bloquearem uma rua próxima à sede da UnitedHealth Group em Minnetonka, Minnesota.

Reflexos na sociedade

Além de despertar um debate sobre a ética das práticas das seguradoras, o caso levanta preocupações sobre a segurança de trabalhadores do setor. Profissionais da saúde e assistência social enfrentam as maiores taxas de violência no local de trabalho entre todos os setores, com cerca de 14 casos por 10 mil empregados, segundo dados do Bureau of Labor Statistics dos EUA.

Enquanto investigações continuam, a UnitedHealth declarou que sua prioridade é apoiar a família de Thompson, proteger seus funcionários e colaborar com as autoridades. O episódio ressalta as complexidades e os conflitos de um sistema de saúde que, muitas vezes, coloca consumidores e empresas em lados opostos de uma batalha emocional e financeira.


Fonte: Clues Left by a Killer Echo Widespread Anger at Health Insurers / The Wall Street Journal

Foto: United Health Group/Divulgação

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

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