🧓🏽 Uma investigação conduzida pela Undark revelou o uso recorrente de contenções físicas em lares de idosos na Itália, Espanha e Portugal — prática que contraria diretrizes legais e éticas que recomendam seu uso apenas em situações excepcionais.
Quando a segurança entra em conflito com os direitos
O caso de Aldo Rebagliati, italiano diagnosticado com Alzheimer, exemplifica o problema. Três dias após sua internação em uma instituição privada, a família o encontrou amarrado a uma cadeira com trapos. Em uma semana, sua saúde deteriorou-se significativamente, levando ao seu falecimento pouco depois de ser retirado do local.
Ainda que muitos profissionais justifiquem a contenção como forma de prevenir quedas ou lesões, especialistas alertam para os riscos associados — que vão de lesões físicas a impactos psicológicos graves.
Dados mostram uso generalizado
Apesar da recomendação de uso restrito, os números apontam para uma prática disseminada:
- Na região de Lombardia, cerca de 42 mil residentes foram submetidos a contenções físicas em 2023.
- Em Trentino, quase 86% dos residentes foram contidos de alguma forma.
- A região de Navarra, na Espanha, registrou uma redução após medidas regulatórias, mas ainda com advertências a várias instituições.
Em Portugal, a falta de dados oficiais contrasta com relatos de prevalência elevada em instituições particulares.
Fatores estruturais e culturais
Além da carência de profissionais de enfermagem, muitos trabalhadores desconhecem protocolos sobre contenções. Uma cultura de decisão médica unidirecional, sem consulta ao paciente ou seus responsáveis, também contribui para a perpetuação da prática.
📢 Iniciativas como petições públicas e programas de certificação buscam estimular o abandono dessas práticas, promovendo alternativas como musicoterapia, exercícios físicos e atividades sociais.
O desafio da mudança
Casos de óbitos relacionados ao uso incorreto de cintos abdominais foram documentados em regiões como Cantábria (Espanha) e Portugal. Tais episódios reforçam o apelo de especialistas e entidades para que a contenção física seja banida ou drasticamente reduzida, priorizando abordagens centradas na dignidade e autonomia do idoso.
Fonte: Coercive Care: Southern Europe’s Reliance on Elder Restraints / Undark
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4