Contenção física em idosos no sul da Europa: uma prática comum e controversa

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Cláudio Cordovil

🧓🏽 Uma investigação conduzida pela Undark revelou o uso recorrente de contenções físicas em lares de idosos na Itália, Espanha e Portugal — prática que contraria diretrizes legais e éticas que recomendam seu uso apenas em situações excepcionais.

Quando a segurança entra em conflito com os direitos

O caso de Aldo Rebagliati, italiano diagnosticado com Alzheimer, exemplifica o problema. Três dias após sua internação em uma instituição privada, a família o encontrou amarrado a uma cadeira com trapos. Em uma semana, sua saúde deteriorou-se significativamente, levando ao seu falecimento pouco depois de ser retirado do local.

Ainda que muitos profissionais justifiquem a contenção como forma de prevenir quedas ou lesões, especialistas alertam para os riscos associados — que vão de lesões físicas a impactos psicológicos graves.

Dados mostram uso generalizado

Apesar da recomendação de uso restrito, os números apontam para uma prática disseminada:

  • Na região de Lombardia, cerca de 42 mil residentes foram submetidos a contenções físicas em 2023.
  • Em Trentino, quase 86% dos residentes foram contidos de alguma forma.
  • A região de Navarra, na Espanha, registrou uma redução após medidas regulatórias, mas ainda com advertências a várias instituições.

Em Portugal, a falta de dados oficiais contrasta com relatos de prevalência elevada em instituições particulares.

Fatores estruturais e culturais

Além da carência de profissionais de enfermagem, muitos trabalhadores desconhecem protocolos sobre contenções. Uma cultura de decisão médica unidirecional, sem consulta ao paciente ou seus responsáveis, também contribui para a perpetuação da prática.

📢 Iniciativas como petições públicas e programas de certificação buscam estimular o abandono dessas práticas, promovendo alternativas como musicoterapia, exercícios físicos e atividades sociais.

O desafio da mudança

Casos de óbitos relacionados ao uso incorreto de cintos abdominais foram documentados em regiões como Cantábria (Espanha) e Portugal. Tais episódios reforçam o apelo de especialistas e entidades para que a contenção física seja banida ou drasticamente reduzida, priorizando abordagens centradas na dignidade e autonomia do idoso.


Fonte: Coercive Care: Southern Europe’s Reliance on Elder Restraints / Undark

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

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