Uma crise institucional sem precedentes atingiu os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos, com a demissão da diretora Susan Monarez e a renúncia em protesto de diversos líderes seniores da agência. O estopim foi a pressão política sobre o comitê consultivo de vacinas, conhecido como Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP).
Interferência no comitê de vacinas
O secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., demitiu membros do ACIP e nomeou novos integrantes com histórico de ceticismo vacinal. Entre os novos nomes está o do professor Retsef Levi, crítico das vacinas de mRNA contra a Covid-19. Um documento polêmico, recheado de argumentos anti-vacina, foi elaborado sem considerar a expertise técnica dos servidores de carreira do CDC — o que motivou duras críticas internas.
Resistência ética e renúncias
Segundo relatos, Monarez se recusou a avalizar recomendações que contradiziam evidências científicas e também a demitir colegas qualificados. Por sua resistência, foi dispensada. Na sequência, figuras-chave como Dr. Demetre Daskalakis (Imunização), Dr. Debra Houry (chefe médica) e Dr. Daniel Jernigan (Doenças Emergentes) entregaram seus cargos.
Daskalakis afirmou que o novo grupo de trabalho foi instruído a “evitar o viés do CDC” — algo que, segundo ele, simplesmente “não existe” dentro da prática científica da agência.
Reação pública e institucional
Centenas de funcionários e cidadãos se reuniram na sede do CDC, em Atlanta, para homenagear os líderes que saíram. O Senado norte-americano também entrou no debate: enquanto o republicano Bill Cassidy pediu o adiamento da próxima reunião do ACIP, o democrata Bernie Sanders cobrou audiências públicas para esclarecer os fatos.
Nomeação e controvérsias
O governo nomeou Jim O’Neill como diretor interino do CDC. Já Kennedy, ao ser questionado sobre a demissão de Monarez, evitou comentários diretos, mas reiterou críticas à atuação da agência durante a pandemia.
O advogado de Monarez, Mark Zaid, afirma que a demissão não foi legalmente válida, pois apenas o presidente poderia destituí-la — levantando a possibilidade de ações judiciais.
📌 Reflexão bioética: O episódio expõe um embate delicado entre ciência e política. A autonomia de instituições técnicas como o CDC é crucial para decisões em saúde pública baseadas em evidências. Quando essa independência é ameaçada, os riscos à saúde coletiva se intensificam — especialmente em temas sensíveis como a vacinação.
Fonte: CDC crisis triggered by upcoming vaccine meeting, leading to director’s firing and resignations / NBC News
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4
Imagem gerada por Inteligência Artificial