DSM e Identidade: Como os Diagnósticos Moldam Pessoas

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Cláudio Cordovil

O artigo “Why We’re Turning Psychiatric Labels Into Identities” de Manvir Singh, publicado em 6 de maio de 2024, aborda uma análise crítica sobre como rótulos psiquiátricos transformam-se em identidades pessoais.

Manvir Singh destaca a relação interativa entre os rótulos e os rotulados, um conceito que o filósofo Ian Hacking chama de “nominalismo dinâmico”. Segundo Singh, esse processo não apenas classifica os indivíduos mas também influencia como eles se percebem e se comportam.

O texto inicia com uma referência ao ato de nomear como um passo fundamental para o entendimento e controle, algo presente desde os textos bíblicos até práticas modernas da ciência.

A psiquiatria, particularmente com o uso do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), exemplifica como as categorias médicas pretendem refletir divisões naturais da realidade, embora essa intenção muitas vezes conduza a controvérsias sobre a validade e eficácia dessas classificações.

O artigo também discute as edições do DSM e como, ao longo dos anos, a confiança nas categorias estabelecidas pelo manual foi abalada por pesquisas que sugerem sobreposições significativas entre diferentes condições psiquiátricas, sem uma clara correspondência genética ou neurocientífica.

Críticos do DSM, como Steven Hyman, ex-diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, referem-se ao manual como um “pesadelo científico”.

O artigo abrange a influência dos rótulos psiquiátricos na formação da identidade pessoal, destacando como diagnósticos como transtorno do espectro autista, transtorno de personalidade borderline e outros se tornaram parte integrante de como as pessoas definem a si mesmas.

Essa integração dos diagnósticos em suas identidades pessoais é reforçada por novos livros e discussões sociais, que validam e perpetuam essas categorias.

Por fim, Singh explora as consequências sociais e individuais da categorização psiquiátrica, sugerindo que a psiquiatria, assim como outras ciências, está em um processo contínuo de auto-questionamento sobre a melhor maneira de entender e descrever os transtornos mentais.

O artigo levanta questões importantes sobre a ética da diagnóstico psiquiátrico e como isso afeta a vida das pessoas rotuladas, propondo uma reflexão sobre a possibilidade de repensar essas categorias para evitar estigmatizações e simplificações excessivas.


Fonte: Why We’re Turning Psychiatric Labels Into Identities / The New Yorker

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Imagem gerada por Inteligência Artificial

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