Esperança como terapia: Médicos investigam o poder do pensamento positivo na saúde cardiovascular

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Cláudio Cordovil

Pesquisadores estão lançando nova luz sobre uma antiga pergunta: o otimismo pode curar? Um novo estudo apresentado no congresso da Sociedade Cardiovascular Britânica indica que pessoas com doenças cardíacas têm prognósticos significativamente melhores quando demonstram altos níveis de esperança — menos angina, menos fadiga pós-AVC, melhor qualidade de vida e menor risco de morte.

A pesquisa, liderada por Alexander Montasem, psicólogo da Universidade de Liverpool, analisou 12 estudos com mais de 5 mil pacientes. A conclusão é direta: a esperança não é apenas um estado de espírito — é um fator de proteção clínica.

Essa linha de investigação revive debates em torno do placebo (e seu reverso, o nocebo), fenômenos nos quais a expectativa do paciente altera fisiologicamente sua resposta ao tratamento, mesmo quando o tratamento é falso. A ciência mostra que pensamentos positivos podem aliviar dores reais, enquanto o medo pode agravá-las.

Apesar das incertezas sobre os mecanismos neuroquímicos por trás dessas respostas — provavelmente ligados a opioides endógenos —, pesquisadores vêm buscando formas de ativar o “efeito esperança” de forma ética e personalizada. Para Montasem, não se trata de dourar pílulas ou oferecer promessas vazias, mas de ajudar pacientes a identificar metas, fortalecer seu senso de agência e recuperar um propósito.

Experimentos como os conduzidos por Laurie McLouth, da Universidade de Kentucky, mostram que conversas sobre valores e estratégias de vida podem melhorar o estado emocional de pacientes com câncer avançado.

Montasem, agora, pretende desenhar uma metodologia para “prescrever esperança” com base em evidências — um plano que, segundo ele, poderá ser útil não apenas em hospitais, mas para qualquer pessoa que queira viver com mais propósito. Seu conselho? Estabeleça objetivos pessoais claros. E evite metas materialistas: elas trazem menos bem-estar do que se imagina.

No fim das contas, talvez a medicina do futuro envolva menos pílulas e mais conversas.


Fonte: Why doctors should look for ways to prescribe hope / MIT Technology Review

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Imagem gerada por Inteligência Artificial

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