Mais de 14 milhões de bebês continuam sem nenhuma vacina, alerta relatório da OMS e UNICEF

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Cláudio Cordovil

Apesar de avanços moderados na cobertura vacinal infantil em 2024, dados recém-divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo UNICEF revelam um cenário preocupante: mais de 14 milhões de crianças em todo o mundo continuam sem receber sequer uma dose de vacina.

Progresso tímido no esquema vacinal DTP

O relatório aponta que 89% dos bebês no mundo receberam ao menos uma dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP), e 85% completaram as três doses — um leve crescimento em relação ao ano anterior. Isso significa que 171 mil crianças a mais iniciaram a vacinação com DTP e cerca de 1 milhão completaram o esquema completo em comparação com 2023.

Ainda assim, quase 20 milhões de bebês não receberam todas as doses necessárias, sendo que 14,3 milhões são considerados “zero dose”, ou seja, não receberam nenhuma vacina. Esse número ultrapassa em 4 milhões a meta prevista para 2024 no plano global Immunization Agenda 2030, e é 1,4 milhão superior ao número registrado em 2019, o ano-base para esse acompanhamento.

Crises humanitárias concentram maior parte das crianças não vacinadas

Entre os 195 países analisados, 131 conseguiram manter cobertura acima de 90% na primeira dose da DTP desde 2019. Contudo, essa taxa estagnou. Os maiores desafios estão nos países afetados por conflitos: apenas 26 países em crise concentram metade de todas as crianças sem nenhuma dose, embora abriguem apenas um quarto dos bebês do mundo.

Nesses locais, o número de crianças não vacinadas saltou de 3,6 milhões em 2019 para 5,4 milhões em 2024 — um sinal claro da necessidade de integrar a vacinação às respostas humanitárias.

Vacinas contra HPV e sarampo também apresentam avanços

Houve progresso expressivo na vacinação contra o HPV: 31% das meninas adolescentes elegíveis receberam ao menos uma dose em 2024, quase o dobro do registrado em 2019 (17%).

Em relação ao sarampo, 84% das crianças receberam a primeira dose e 76% a segunda — números ligeiramente superiores aos do ano anterior, mas ainda insuficientes para garantir proteção coletiva robusta.

Um apelo urgente da UNICEF

Para Catherine Russell, diretora executiva do UNICEF, os resultados mostram avanços, mas ainda há muito a ser feito: “Milhões de crianças seguem desprotegidas contra doenças evitáveis, e isso deve nos preocupar. Precisamos agir com urgência para superar barreiras como cortes orçamentários, sistemas de saúde frágeis, desinformação e restrições de acesso por conta de conflitos.”

🔎 O relatório reforça a importância de políticas públicas robustas, investimentos em saúde e combate à desinformação para que nenhuma criança fique sem proteção contra doenças evitáveis.


Fonte: WHO, UNICEF say more than 14 million infants worldwide remain unvaccinated / Medical Express

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Imagem gerada por Inteligência Artificial

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