Origem da Covid-19: divergências persistem na comunidade científica e de inteligência

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Cláudio Cordovil

Cinco anos após o surgimento da Covid-19, a origem do vírus que tirou mais de 1,2 milhão de vidas nos Estados Unidos e mais de sete milhões em todo o mundo continua sendo um mistério. Um artigo recente do The Wall Street Journal revela bastidores das investigações realizadas pela comunidade de inteligência dos EUA, expondo divergências significativas entre agências e cientistas sobre as teorias de origem do vírus.

As principais teorias: salto zoonótico versus vazamento laboratorial

Desde o início da pandemia, duas hipóteses dominaram o debate:

  1. Teoria zoonótica: O vírus teria passado de um animal para humanos, possivelmente ligado ao comércio de animais selvagens na China.
  2. Teoria do vazamento laboratorial: Sugere que o vírus escapou de um laboratório, como o Instituto de Virologia de Wuhan, onde pesquisas intensivas sobre coronavírus eram realizadas.

Enquanto a maioria das agências de inteligência apoiou a teoria zoonótica com “baixa confiança”, o FBI destacou-se ao considerar, com “confiança moderada”, que o vazamento laboratorial era mais provável. Cientistas da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) também concluíram que o vírus poderia ter sido manipulado em laboratório, mas suas descobertas não foram incorporadas ao relatório final entregue ao presidente Biden em 2021.

Investigação e conflitos internos

A “corrida de 90 dias” ordenada por Biden em 2021 para avaliar a origem do vírus revelou divisões profundas:

  • FBI: Defendeu a tese do vazamento laboratorial, argumentando que o histórico de coronavírus não correspondia a padrões zoonóticos conhecidos.
  • DIA: Cientistas apontaram indícios de “ganho de função” no vírus, mas foram orientados a não compartilhar seus achados com o FBI.
  • Conselho Nacional de Inteligência: Incluiu no relatório gráficos comparativos de surtos zoonóticos passados, o que foi contestado pelo FBI como inadequado.

A falta de cooperação da China, combinada com disputas internas entre agências, resultou em um relatório inconclusivo e deixou várias questões sem resposta.

A necessidade de uma nova análise

Agora aposentado do FBI, o microbiologista Jason Bannan argumenta que evidências rejeitadas na investigação inicial precisam ser reexaminadas. “O que ficou no chão da sala de edição da comunidade de inteligência precisa ser revisado”, disse ele.

Apesar da lentidão nas investigações, algumas agências, como o Departamento de Energia dos EUA, passaram a apoiar a teoria do vazamento laboratorial. Ainda assim, a ausência de consenso entre cientistas e inteligência reflete a complexidade do tema, intensificada por disputas políticas e a falta de transparência chinesa.

Considerações finais

A discussão sobre a origem do vírus não é apenas científica, mas também estratégica. Entender como a Covid-19 surgiu é crucial para evitar futuras pandemias. Porém, a politização do tema e a resistência à cooperação internacional continuam sendo grandes desafios.

Enquanto a investigação oficial desacelerou, fica evidente que uma análise mais aprofundada — livre de vieses políticos — é essencial para compreender as origens do vírus e melhorar a resposta global a ameaças de saúde pública.


Fonte: Behind Closed Doors: The Spy-World Scientists Who Argued Covid Was a Lab Leak / The Wall Street Journal

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

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