Polêmica na história da fertilização in vitro: uso de sêmen de funcionários sem consentimento

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Cláudio Cordovil

Um relato chocante veio à tona envolvendo Patrick Steptoe, pioneiro da fertilização in vitro (FIV) e responsável pelo nascimento do primeiro bebê de proveta, Louise Brown, em 1978. Um ex-colega revelou que Steptoe utilizava sêmen de diversos membros da equipe médica sem o consentimento das pacientes e sem registrar informações sobre os nascimentos resultantes.

Revelações de um ex-técnico de laboratório

Roy Hollihead, que trabalhou em um laboratório de patologia no hospital onde Steptoe liderava sua clínica de fertilidade nos anos 1970, afirmou ter descoberto que seu próprio sêmen foi utilizado para fertilizar pelo menos quatro mulheres. A revelação veio após testes de DNA realizados por David Gertler e Roz Snyder, que descobriram ser meio-irmãos e filhos biológicos de Hollihead.

Os testes foram motivados por curiosidades pessoais: David queria explorar sua herança húngara, enquanto Roz presenteou seu filho com um kit de DNA. Ambos acreditam que suas mães não foram informadas sobre o uso de sêmen doado, o que ocorreu na tentativa de aumentar as chances de concepção natural, antes do desenvolvimento completo da técnica de FIV.

Sem registros, sem consentimento

Hollihead revelou que Steptoe organizava bancos de sêmen com amostras de estudantes de medicina, médicos e outros funcionários do hospital, utilizando cada amostra apenas uma vez. No entanto, nenhum registro foi mantido sobre as inseminações ou os nascimentos resultantes. “Naquela época, não era necessário”, comentou Hollihead, destacando que as práticas de ética médica eram muito diferentes.

Além disso, há indícios de que Steptoe misturava sêmen de pacientes e doadores para observar os resultados, algo que hoje seria considerado uma grave violação ética.

Impacto emocional nas famílias

Roz Snyder, de 52 anos, e David Gertler, de 51, expressaram o choque emocional causado pela descoberta. Roz, que perdeu a mãe ainda jovem, afirmou: “Meu pai continua sendo meu pai, mas agora sei que tudo foi uma mentira”. Ambos lamentam que seus pais provavelmente nunca souberam a verdade sobre suas concepções.

Reflexões sobre ética médica

Embora o trabalho de Patrick Steptoe seja reconhecido mundialmente como um marco na medicina reprodutiva – inclusive premiado com um Nobel e retratado no filme da Netflix Joy –, estas novas informações lançam uma sombra sobre os métodos utilizados em sua trajetória.

A questão ética levantada por essas revelações evidencia a importância de transparência, consentimento e documentação nos procedimentos médicos. Embora o impacto das descobertas seja irreversível para as famílias afetadas, o caso serve como um alerta para que práticas inadequadas do passado não sejam repetidas no futuro.

Essas revelações chocam pela falta de consentimento e registro, mas também refletem uma época em que os limites éticos da ciência médica eram menos rigorosos. 🚨


Fonte: IVF pioneer used sperm from ‘lots’ of medical staff – and kept no records of the babies they fathered /Daily Mail

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Imagem gerada por Inteligência Artificial

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