Precisamos redefinir o conceito de morte para ampliar a doação de órgãos?

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Cláudio Cordovil

🧠💔 A escassez de doadores de órgãos é um desafio ético e médico urgente. Diante da alta demanda por transplantes, especialistas sugerem uma abordagem ousada: revisar a definição legal de morte.

O impasse atual na doação de órgãos

Hoje, a lei reconhece dois critérios para declarar a morte:

  • Morte encefálica: ausência total de consciência, reflexos e respiração espontânea.
  • Morte circulatória: parada irreversível do coração.

A maioria dos órgãos utilizados em transplantes vem de pacientes com morte encefálica, mas esses casos são raros. Já os que morrem por parada cardíaca geralmente têm órgãos deteriorados pela falta de oxigenação.

Por que mudar a definição de morte encefálica?

Especialistas propõem que pacientes em coma irreversível, mantidos vivos apenas por suporte artificial, sejam legalmente considerados mortos. Isso permitiria:

  • Retirada mais rápida e eficaz dos órgãos.
  • Redução do risco de deterioração dos tecidos.
  • Respeito à vontade de quem optou pela doação em vida.

Segundo os autores, a perda definitiva de funções como consciência, memória e desejo já indica o fim da existência pessoal — mesmo que o corpo ainda funcione com ajuda de máquinas.

Perfusão normotérmica: inovação com dilemas éticos

Uma técnica emergente pode aumentar a qualidade dos órgãos de doadores com morte circulatória: a perfusão regional normotérmica.

Como funciona?

  1. O paciente com coma irreversível é retirado do suporte de vida.
  2. Confirma-se a parada cardíaca irreversível.
  3. Inicia-se a circulação de sangue oxigenado por máquina, preservando os órgãos.

Polêmica:

  • A reativação do coração por máquina levanta a dúvida: o doador estaria realmente morto?
  • Os defensores alegam que não há retorno de consciência, logo, não há “ressuscitação”.

Riscos e precauções

⚠️ O maior temor é um diagnóstico precoce ou incorreto de coma irreversível. Apesar de raro, esse erro pode ter consequências devastadoras.

O problema, segundo os autores, não está na definição em si, mas em possíveis falhas de protocolo e pressões externas.

Repensar é urgente

A definição de morte encefálica adotada hoje é de 1968. Desde então, a medicina evoluiu — e o cenário da doação de órgãos também.

🔎 Ampliar esse conceito, com segurança e consentimento informado, pode salvar milhares de vidas todos os anos.


Fonte: Donor Organs Are Too Rare. We Need a New Definition of Death / The New York Times

Imagem: Fred Tomaselli, “Drawing After Utah Saint” (1999). Crédito… Cortesia do artista e James Cohan, Nova York.

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

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