Ter ou não ter filhos para salvar o planeta? Uma reflexão além do cálculo de carbono 🌍

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Cláudio Cordovil

A médica Eva Lechleitner-Reinelt escreve uma carta aberta a uma internauta que, em um fórum, defendia que a decisão de permanecer sem filhos seria “a melhor forma de combater as mudanças climáticas”. O texto percorre argumentos emocionais, éticos e práticos para questionar essa ideia.

O dilema contemporâneo

Para muitos millennials, discutir se ter filhos é ético em tempos de crise climática virou algo tão comum quanto tentar entender as gírias da Geração Z.
De um lado, há quem aponte que não ter filhos reduz a pegada de carbono. De outro, novos pais já se preocupam com o futuro sombrio que os aguarda.

O argumento central: filhos como motivadores de cuidado ambiental

Segundo a autora, suprimir o desejo de ter filhos como “ato ambiental” é uma contribuição equivocada. Ela lembra que o chamado especismo — a tendência de valorizar mais a vida humana do que a de outras espécies — ainda é predominante. Isso significa que, para muita gente, a proteção ambiental só ganha força quando ligada ao bem-estar de crianças humanas.
Bebês, afirma Eva, despertam instintos de cuidado que podem se transformar em um poderoso motor para mudanças positivas.

Valor instrumental e valor intrínseco da vida

Além do aspecto motivacional, a autora recupera um argumento de astroética de Ted Peters: “a vida é melhor que a não-vida”. Ou seja, o simples fato de existir já tem valor — e isso vale para todas as espécies, incluindo a humana.
Ela critica tanto o antropocentrismo extremo quanto a visão oposta, que considera a vida humana menos digna de continuar do que a de outras espécies.

E o impacto ambiental?

Um estudo de 2017 apontou que ter um filho a menos evitaria 58,6 toneladas de CO₂ equivalente por ano. Mas Eva ressalta:

  • previsões são apenas previsões;
  • não sabemos se os humanos do futuro terão o mesmo nível de emissões;
  • sem novas gerações, diminuem as chances de surgirem mentes capazes de encontrar soluções inovadoras.
    Ela também lembra que o consumo de recursos não é igual no mundo todo e que menos pessoas não garantem uso sustentável de combustíveis fósseis.

Conclusão: evitar a procriação não é a única resposta

Para Eva, desistir de ter filhos é uma solução simplista e fatalista. É preciso buscar caminhos criativos para um planeta saudável com os humanos — e não sem eles.
Inspirada por Manuela Ripa, membro do Parlamento Europeu, ela reforça: protegemos a Terra “para nós e para as futuras gerações” — e junto com elas.


Fonte: Protecting Earth: Not From Us, Not For Us, But With Us /Bioethics Today

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

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