A ilusão da imortalidade: o que esperar da indústria da longevidade?

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Cláudio Cordovil

A busca pela imortalidade sempre fascinou a humanidade, mas será que estamos perto de alcançá-la? A indústria da longevidade, avaliada em bilhões de dólares, reúne um misto de biohackers, gênios e, claro, vendedores de falsas promessas. Apesar de todo o hype, os desafios são imensos, e a realidade pode estar bem distante das expectativas.

Grandes nomes e promessas audaciosas

A lista de entusiastas da longevidade inclui figuras icônicas do Vale do Silício, como Peter Thiel e Ray Kurzweil, que se inscreveram na Alcor Life Extension Foundation, famosa por suas promessas de criogenia. Outros, como Jeff Bezos e Yuri Milner, apostam em empresas como a Altos Labs, que tenta rejuvenescer células para prolongar a vida. Já o Google deu vida à Calico Labs, que também mira na extensão da longevidade humana.

Apesar do glamour tecnológico, muitas dessas iniciativas estão longe de resultados concretos. Empresas como a Human Longevity, que já tiveram grandes ambições, falharam em atingir suas metas iniciais. Para Laura Deming, fundadora do The Longevity Fund, a próxima década será decisiva: ou a longevidade entra no mainstream ou ficará restrita a experimentos isolados e sem impacto significativo.

Obstáculos científicos e regulatórios

Embora o conceito de viver mais e melhor seja atrativo, a indústria enfrenta barreiras científicas e regulatórias significativas. Um dos maiores desafios é que o envelhecimento ainda não é oficialmente classificado como uma doença, o que impede a aprovação de medicamentos anti-envelhecimento pelo FDA (a agência reguladora dos EUA). Além disso, não existe um biomarcador amplamente aceito que defina de forma clara o processo de envelhecimento, dificultando o desenvolvimento de terapias eficazes.

Outro ponto crítico é o tempo necessário para provar que uma intervenção realmente retarda ou reverte o envelhecimento. Como medir o sucesso de um tratamento que, por definição, precisa de anos ou décadas para mostrar resultados?

Investimentos e futuro da longevidade

Apesar dos desafios, o setor continua atraindo capital. Apenas nos primeiros nove meses de 2024, startups focadas no envelhecimento levantaram cerca de US$ 430 milhões em capital de risco, segundo a Crunchbase. Um exemplo notável é a BioAge Labs, que arrecadou quase US$ 200 milhões ao abrir seu capital na Nasdaq.

No entanto, poucos desses investimentos são exclusivamente focados na longevidade. Fundos como o Leaps, da Bayer, utilizam métricas como os Wellbeing Adjusted Life Years (Waly) para avaliar o impacto dos investimentos na qualidade de vida. Isso reflete uma visão mais prática e sustentável, focada no bem-estar geral em vez de promessas de imortalidade.

O que esperar?

Por enquanto, a imortalidade saudável ainda é mais uma fantasia do que uma realidade tangível. Apesar do fascínio, investir na indústria da longevidade continua sendo uma aposta arriscada, com mais desafios do que garantias. Enquanto isso, o objetivo mais acessível talvez seja viver mais, mas com saúde e qualidade — um sonho que, para muitos, já seria o suficiente. 🧬


Fonte: Do not bank on living forever in this lifetime / Financial Times

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Imagem gerada por Inteligência Artificial

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