A área da saúde, conhecida por suas exigências e pressões, enfrenta um aumento alarmante de casos de burnout, especialmente entre as mulheres. Uma pesquisa recente realizada pela plataforma ShiftKey revelou que 86% das mulheres do setor, incluindo enfermeiras, enfermeiras especialistas, assistentes médicos e técnicas, relataram ter experimentado burnout, com 64% afirmando estar em risco de esgotamento “neste momento”.
Comparativamente, os índices entre os homens também são elevados, mas inferiores: 66% dos profissionais de saúde masculinos disseram ter enfrentado burnout, e 55% se consideram atualmente em risco. Entre as enfermeiras, um número ainda mais preocupante emerge, com 53% ponderando deixar a profissão, em contraste com 32% dos seus colegas masculinos.
Pesquisadores da Escola de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade George Washington identificaram uma disparidade semelhante, analisando 71 estudos de 26 países diferentes, abrangendo um período de 1979 a 2022. Esses estudos evidenciaram que mulheres na área da saúde suportam níveis significativamente mais altos de estresse e esgotamento em comparação aos homens, atribuindo as causas a desigualdades de gênero, falta de autonomia no local de trabalho e o desafio de manter um equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Kate Benoit, enfermeira licenciada baseada em Austin, Texas, relata que esses fatores foram cruciais em seu quase esgotamento quatro anos atrás. Trabalhando como LPN (Licensed Practical Nurse), ou enfermeira prática licenciada, por décadas e cuidando de três filhos como mãe solteira, Benoit enfrentou um aumento da carga de trabalho durante e após a pandemia de COVID-19, sem correspondente aumento de salário ou tempo de férias. Além disso, a falta de flexibilidade para conciliar trabalho e vida pessoal exacerbou seu estresse, especialmente quando necessitava de folgas para cuidar de questões familiares.
Leigh Frame, diretor executivo do Office of Integrative Medicine and Health e diretor associado do Resiliency & Well-Being Center da Universidade George Washington, enfatiza que mulheres em geral enfrentam uma pressão “tremenda” para ter sucesso tanto em casa quanto no trabalho. Os ambientes de saúde, com suas longas horas e múltiplos turnos, intensificam o estresse experimentado por mulheres em todo o país, especialmente devido às responsabilidades familiares que recaem sobre elas.
Esse panorama destaca a necessidade crítica de abordar a questão do burnout no setor da saúde, com um olhar particular para os desafios enfrentados pelas mulheres. É imperativo que estratégias sejam desenvolvidas para promover um ambiente de trabalho mais equitativo e suportivo, que reconheça e mitigue os fatores contribuintes para o esgotamento profissional, especialmente entre as trabalhadoras da saúde.
Fonte: Burnout is rampant among female healthcare workers. Here’s why
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4
Imagem gerada por Inteligência Artificial