A segurança e o bem-estar dos passageiros durante voos têm se tornado um tema cada vez mais debatido, especialmente no que se refere à disponibilidade de equipamentos médicos essenciais a bordo das aeronaves nos EUA. Uma questão em particular tem gerado discussões acaloradas: a presença de autoinjetores de epinefrina, conhecidos popularmente como EpiPen®, nos kits médicos de emergência das companhias aéreas.
A importância desses dispositivos não pode ser subestimada. Os EpiPen® são essenciais no tratamento de reações alérgicas graves, conhecidas como “anafilaxia”. Nos Estados Unidos, estima-se que mais de 20 milhões de americanos tenham alergias alimentares, segundo dados do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde. Contudo, nem todas as aeronaves comerciais estão equipadas com esses autoinjetores.
Recentemente, senadores americanos como Chuck Schumer, Elizabeth Warren e Ed Markey enviaram uma carta à Administração Federal de Aviação (FAA), instando a agência a tornar obrigatória a presença de EpiPen® nos aviões. Eles apontaram a falta de requisitos claros como uma “lacuna evidente nas regulamentações da FAA”, negligenciando orientações médicas amplamente aceitas.
Alguns incidentes de alto perfil, como o caso de um médico que tratou um passageiro com reação anafilática em um voo transatlântico, reforçam a necessidade dessa discussão. Algumas companhias aéreas, incluindo a American Airlines, JetBlue Airways e Alaska Airlines, já adicionaram autoinjetores de epinefrina em seus kits. Outras, como a Delta Air Lines, optam por formas alternativas de fornecer epinefrina, que médicos afirmam não ser tão eficazes em emergências.
A escolha da Delta de não incluir EpiPen® está relacionada à rápida expiração do medicamento e aos desafios logísticos de manter o estoque. Enquanto isso, a Airlines for America, um lobby do setor, afirma que suas companhias aéreas associadas, incluindo a United Airlines, cumprem os requisitos da FAA.
A FAA anunciou que responderá aos senadores e que está revisando os requisitos para os kits médicos de emergência, um processo que geralmente leva mais de um ano. A reautorização da FAA aprovada pela Câmara em julho incluiu uma mensagem mandando a agência revisar e atualizar o conteúdo obrigatório dos kits médicos de emergência, para garantir que possam tratar adequadamente reações anafiláticas.
Essa questão não é apenas uma preocupação para profissionais médicos. Autoinjetores contêm uma dose pré-medida e são projetados para fácil administração, permitindo que pessoas sem treinamento médico também possam usar, especialmente se não houver um profissional disponível a bordo.
Além dos EpiPen®, especialistas sugerem a inclusão de medicamentos para tratar convulsões, vômitos e overdoses de opióides nos kits. Embora a Southwest Airlines tenha começado a implementar novos kits médicos em sua frota, incluindo autoinjetores de epinefrina e sprays de naloxona para overdoses de opióides, a adição desses medicamentos ainda não é uma exigência da FAA.
Este debate não é apenas sobre a disponibilidade de medicamentos específicos, mas também sobre a responsabilidade das companhias aéreas em garantir a segurança e o bem-estar de todos os passageiros. Com o crescente número de pessoas com alergias severas, a presença de EpiPens® nos aviões pode ser a diferença entre a vida e a morte em situações de emergência médica durante um voo.
Fonte: The Battle Over What Medical Equipment Needs to Be on Your Plane (para assinantes do Wall Street Journal)
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4