Ética e Animais de Estimação: Propriedade, Abolicionismo e o Modelo de Vida Livre

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Cláudio Cordovil

A relação entre humanos e seus animais de estimação é profunda e cheia de nuances. No artigo publicado por William Salkeld, questões éticas sobre a posse de animais, o abolicionismo e o modelo de vida livre são exploradas sob diferentes perspectivas. Vamos aos destaques:

Animais de Estimação: Família ou Propriedade?

Dados da Austrália mostram que 52% dos tutores veem seus pets como membros da família, com gastos que ultrapassaram 30 bilhões de dólares em 2021 em alimentação, cuidados médicos e entretenimento. Mas essa relação, apesar de afetuosa, é questionada sob uma ótica ética mais ampla.

O filósofo Gary Francione, defensor do abolicionismo animal, argumenta que a domesticação criou um estado de dependência perpétua para cães e gatos. Diferente de crianças, esses animais nunca alcançam independência, permanecendo sob cuidado humano por toda a vida. Para ele, tratá-los como “propriedade” contradiz o reconhecimento de sua sensibilidade e direitos.

O Modelo de Vida Livre

Como alternativa, surge o modelo de vida livre, onde animais como cães e gatos interagem com humanos sem serem “propriedade”. Inspirado em práticas vistas na Turquia, por exemplo, esse modelo valoriza a autonomia animal. Um exemplo cultural é o cão do filme “Red Dog”, que escolhe seus cuidadores e decide seu próprio caminho.

No entanto, esse modelo enfrenta desafios práticos:

  • Sobrevivência: Muitos animais que vivem livremente enfrentam fome e doenças.
  • Impacto ambiental: Gatos domésticos, por exemplo, representam uma ameaça à fauna nativa.

Para que esse modelo funcione, seria necessário transformar espaços urbanos, tornando-os mais acolhedores para animais.

A Caminho de um Mundo Pós-Pet?

Enquanto uma transição completa para o modelo de vida livre parece distante, uma solução ética imediata seria adotar animais de abrigos em vez de incentivar criadores. Essa abordagem reduz a perpetuação da dependência artificial e dá uma segunda chance a animais abandonados.

Como conclui Christine Korsgaard, há uma alegria compartilhada entre humanos e animais, algo que transcende conceitos de posse. Reconhecer isso pode ser o primeiro passo para repensarmos nossa relação com os seres que dividem o mundo conosco.

📌 Reflexão final: Qual é o papel dos animais em nossas vidas? Como podemos equilibrar o cuidado com o respeito à sua autonomia?


Fonte: The ethics of pets: Ownership, abolitionism and the free-roaming model / The Ethics Centre

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

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