Melatonina infantil: suplemento inofensivo ou experimento desregulado?

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Cláudio Cordovil

O uso de melatonina por crianças nos EUA virou um fenômeno cultural e um tema de intensa discussão entre especialistas em sono, médicos e pais. A substância, um hormônio natural regulador do sono, é lá vendida livremente como suplemento alimentar — ao contrário de países como a Dinamarca, onde se exige receita médica e com uso pediátrico bastante restrito.

Um mercado em expansão — e pouco regulado

O que chama atenção é a forma como a melatonina foi normalizada no contexto infantil: vendida em versões atrativas como gomas coloridas e xaropes doces, muitas vezes rotulada como “natural”, “sem drogas” e “segura”. Pesquisas apontam que até um em cada cinco pré-adolescentes americanos consome melatonina ocasionalmente, e há casos de uso regular até em crianças que mal saíram das fraldas.

🧸 O problema? A ausência de regulação rigorosa. Produtos disponíveis no mercado muitas vezes contêm doses superiores às declaradas no rótulo. Além disso, há preocupações quanto à segurança do uso prolongado, especialmente durante o desenvolvimento infantil.

Riscos reais, evidências limitadas

Embora a melatonina seja considerada segura no curto prazo, os estudos sobre efeitos a longo prazo ainda são escassos. Alguns especialistas temem impactos hormonais, principalmente no sistema reprodutivo. Casos extremos de uso inadequado, como a administração de doses elevadas a bebês, têm sido registrados e, em situações raras, associados a mortes infantis com níveis elevados do hormônio no sangue.

Entre a ciência e o desespero parental

Muitos pais relatam alívio com o uso da melatonina — afinal, noites mal dormidas afetam não apenas a criança, mas toda a dinâmica familiar. Nesse cenário, o suplemento se apresenta como uma solução simples, acessível e rápida.

Mas especialistas, como a psicóloga Candice Alfano, alertam: é necessário ensinar as crianças a dormir, e não apenas induzi-las ao sono com substâncias. Métodos não farmacológicos continuam sendo a primeira linha recomendada — mudanças na rotina, higiene do sono e apoio psicológico.

Recomendações prudentes

Especialistas convergem em algumas orientações práticas:

  • Consulte um profissional de saúde antes de iniciar o uso;
  • Prefira intervenções comportamentais antes de recorrer à melatonina;
  • Use a menor dose possível (0,5 mg) e por um período curto;
  • Escolha marcas confiáveis com certificação de qualidade.

📌 Conclusão: O uso infantil da melatonina é um terreno cinzento entre saúde e mercado, entre necessidade clínica e conveniência. Enquanto não houver dados mais robustos sobre sua segurança no longo prazo, o princípio da precaução deve prevalecer — sempre com orientação profissional.


Fonte: The Melatonin-ification of Childhood Bedtimes / Undark

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

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