Você sabia que muitos idosos recebem diagnósticos errados? Pois é, isso acontece com mais frequência do que deveria, e há várias razões para isso.
À medida que envelhecemos, é comum termos várias condições de saúde ao mesmo tempo e usarmos vários medicamentos. Isso complica bastante a hora de acertar no diagnóstico. E, para piorar, as doenças nem sempre se apresentam da mesma forma nos mais velhos.
Os sintomas podem ser diferentes ou até inexistentes. Às vezes, médicos acabam achando que o problema é só por causa da idade e, assim, chegam a conclusões erradas ou tratam a doença de maneira inadequada.
Como os Erros de Diagnóstico Afetam os Idosos?
Vamos falar sobre números. Um estudo da Universidade Johns Hopkins mostrou que quase 800 mil americanos morrem ou ficam com sequelas permanentes todos os anos por causa de diagnósticos errados. Com a população envelhecendo, precisamos, mais do que nunca, encontrar maneiras de melhorar o atendimento aos idosos e diminuir esses erros graves.
O que o Hospital Glen Cove Está Fazendo de Diferente?
Deixe-me dar um exemplo interessante: o Hospital Glen Cove, em Long Island. Eles têm feito um ótimo trabalho ao criar um ambiente melhor para os pacientes mais velhos.
Sabia que cerca de um terço das pessoas que vão para o pronto-socorro têm mais de 65 anos? A Dra. Maria Carney, que chefia a geriatria e medicina paliativa na Northwell Health, incluindo o Glen Cove, conta que muitos desses pacientes chegam enfraquecidos ou confusos. E, muitas vezes, eles não conseguem passar informações importantes sobre sua saúde.
Imagina tentar diagnosticar alguém sem saber o básico sobre a saúde dessa pessoa. Medicamentos recentes? Quedas passadas? Esses detalhes fazem toda a diferença! É por isso que o Glen Cove tem um pronto-socorro especial para idosos. Esse é um dos mais de 500 hospitais nos Estados Unidos que têm emergências geriátricas credenciadas pelo American College of Emergency Physicians desde 2021.
O Que Torna um Pronto-Socorro Geriátrico Especial?
Esses pronto-socorros são projetados com melhorias que podem parecer pequenas, mas fazem uma grande diferença no conforto e segurança dos pacientes. Em vez de cortinas, que podem espalhar infecções, os pacientes têm quartos individuais com portas. E as janelas podem ficar opacas para garantir privacidade, apenas apertando um botão. O piso é texturizado para evitar quedas, e a iluminação é suave para evitar delírios que podem ser causados por luzes fluorescentes fortes.
“A sensação de tempo pode ficar distorcida dentro de um hospital, e isso contribui para o delírio”, explica Carney. O ambiente é cuidadosamente planejado para reduzir esses riscos e melhorar o bem-estar dos pacientes.
Além disso, há ferramentas de comunicação disponíveis para aqueles que talvez não tenham trazido óculos ou aparelhos auditivos. Eles oferecem um dispositivo auditivo simples, como um gravador com fones de ouvido, para que os pacientes possam ouvir claramente o que os médicos ou enfermeiros estão dizendo.
Precisamos de Mais Treinamento em Geriatria
Treinar novos profissionais de saúde em geriatria é essencial. Como podemos esperar melhores diagnósticos se não temos especialistas suficientes? O Dr. Patrick Coll, diretor médico de saúde sênior da UConn Health, aponta que há muito poucos médicos se especializando em geriatria em comparação com outras áreas. Em 2024, apenas 170 médicos se especializaram em geriatria, enquanto mais de mil escolheram a cardiologia.
Coll acredita que treinar todos os profissionais de saúde para lidar melhor com idosos resultaria em diagnósticos mais precisos e cuidados melhores.
Enfermeiros: a Primeira Linha de Defesa
Os enfermeiros têm um papel crucial no atendimento a idosos. Eles passam mais tempo com os pacientes do que qualquer outro profissional de saúde. Allie Tran, enfermeira e pesquisadora sênior no MedStar Health Research Institute, está liderando um projeto para envolver enfermeiros na melhoria do processo de diagnóstico.
Tran observa que muitos enfermeiros acham que o diagnóstico é exclusivamente responsabilidade dos médicos. Mas ela defende que uma abordagem colaborativa entre enfermeiros, médicos, pacientes e familiares pode melhorar significativamente o diagnóstico e o atendimento. Enfermeiros podem servir como um elo de comunicação, especialmente quando os pacientes compartilham informações importantes após a saída do médico.
A Importância de se Defender
Karla Stromberger, de 80 anos, nos lembra que os pacientes devem ser seus próprios defensores. Com um histórico de saúde complicado, incluindo poliomielite nos anos 1950, ela frequentemente sente que os profissionais de saúde ignoram suas necessidades específicas, focando apenas em sua idade.
Para ela, convencer os médicos a considerar seu histórico completo é um desafio. Mas quando isso acontece, é uma vitória. Stromberger acredita que, apesar da idade, muitos pacientes ainda têm a capacidade de contribuir para seu diagnóstico e tratamento.
Olhando para o Futuro
Com a população idosa crescendo rapidamente, é crucial que nossos sistemas de saúde se adaptem para oferecer cuidados mais especializados e eficazes para eles. Prontos-socorros adaptados e treinamento especializado são passos na direção certa. Garantir que os idosos recebam diagnósticos precisos e cuidados adequados é fundamental. Ao capacitar enfermeiros e envolver pacientes no processo de cuidados, podemos criar um ambiente de saúde mais acolhedor e eficaz para todos.
Fonte: Older adults are often misdiagnosed. Specialized ERs and trained clinicians can help /NPR
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4
Crédito de imagem: Foto de César Badilla Miranda em Unsplash
