O Debate sobre “Griefbots”: Aliados ou Ilusões no Luto?

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Cláudio Cordovil

O luto é uma jornada pessoal e complexa, marcada por sentimentos profundos de perda e saudade. Na busca por conforto, a tecnologia tem oferecido soluções inovadoras, como os “griefbots” – robôs de inteligência artificial projetados para simular conversas com entes queridos falecidos. Essa tecnologia, embora promissora, traz consigo uma série de questionamentos éticos e psicológicos.

Historicamente, a humanidade tem utilizado a tecnologia para ajudar a lidar com o luto. Desde fotografias póstumas na era vitoriana até as mais recentes inovações digitais, como os “griefbots”, essas ferramentas servem como pontes de conexão com aqueles que se foram. Utilizando modelos de linguagem avançados, esses bots podem imitar a maneira de falar de uma pessoa falecida, oferecendo aos enlutados uma forma de diálogo continuado. Contudo, a eficácia e os impactos psicológicos dessas interações permanecem sob análise crítica.

A ideia de manter vínculos com o ente querido que se foi contradiz a noção tradicional de “superar” a perda. Enquanto alguns especialistas argumentam que renovar laços pode auxiliar no processo de luto, outros alertam para o risco de tais simulações dificultarem a aceitação da morte. Carla Sofka, especialista em tecnologia e luto, sugere que a personalização dos “griefbots” deve ser feita com cautela, visando atender às necessidades individuais dos enlutados.

Os Griefbots poderiam dar aos enlutados uma nova ferramenta para lidar com a dor, ou poderiam criar a ilusão de que o ente querido não se foi.

O desenvolvimento responsável de “griefbots” enfrenta obstáculos éticos e regulatórios significativos. A falta de regulamentação específica para essas tecnologias levanta questões sobre a veracidade das promessas feitas por suas empresas desenvolvedoras. Além disso, a dependência emocional gerada por esses bots pode isolar ainda mais os indivíduos, impedindo-os de seguir adiante com suas vidas.

Pesquisas indicam que, para alguns, os “griefbots” serviram como um estágio transitório no luto, facilitando a superação inicial da perda. No entanto, é crucial que essas tecnologias deixem claro que não substituem a presença real do ser amado. A confiança excessiva nos “griefbots” e a potencial ilusão de sua humanidade representam riscos que não podem ser ignorados.

Os “griefbots” representam um avanço intrigante na interseção entre tecnologia e luto. Se por um lado oferecem consolo inovador, por outro, suscitam importantes debates sobre ética, saúde mental e a natureza do luto humano. À medida que avançamos, é imperativo que as discussões sobre essas tecnologias sejam conduzidas com sensibilidade e baseadas em evidências sólidas, para que possam verdadeiramente servir às necessidades dos enlutados.


Fonte: Opinion: Do ‘Griefbots’ Help Mourners Deal With Loss? / Undark

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Imagem gerada por Inteligência Artificial

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