A peça The Years, em cartaz no West End de Londres, tem provocado reações intensas do público, principalmente por conta de uma cena de aborto que levou espectadores a desmaiarem. Desde sua estreia no verão passado no Almeida Theater, a produção tem sido amplamente elogiada pela crítica, mas também gerado debates devido ao impacto emocional dessa sequência específica.
Uma cena intensa e reações inesperadas
A trama acompanha a vida de uma mulher ao longo das décadas, retratando suas experiências, desafios e transformações. No momento mais controverso da peça, a personagem Annie, interpretada por Romola Garai, tenta realizar um aborto caseiro com uma agulha de tricô, ambientado na França de 1964, quando o procedimento ainda era ilegal.
A intensidade da cena fez com que pelo menos um espectador desmaiasse em todas as apresentações, segundo a produtora Sonia Friedman. Mesmo com alertas prévios ao público, as reações continuam a surpreender o elenco e a equipe.
Uma obra sobre experiências femininas
Baseada no livro autobiográfico de 2008 da escritora francesa Annie Ernaux, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 2022, The Years busca capturar não apenas a trajetória de uma mulher, mas também as mudanças sociais na França, incluindo a luta pelos direitos reprodutivos.
A diretora Eline Arbo não teve dúvidas sobre a inclusão da cena do aborto, considerando-a essencial para compreender a história da protagonista. Romola Garai, que a interpretou desde os testes para o papel, elogiou a fidelidade da peça ao retratar a realidade de muitas mulheres antes da legalização do aborto.
Por que tantas pessoas desmaiam?
O fenômeno dos desmaios tem intrigado o elenco e a equipe. A princípio, pensou-se que o calor do verão pudesse ser um fator, mas agora, com a peça em cartaz no inverno rigoroso de Londres, a incidência aumentou. A teoria mais aceita é que o estilo minimalista da montagem deixa espaço para que o público visualize a cena em sua própria imaginação, tornando-a ainda mais impactante.
Apesar das interrupções causadas pelos desmaios, o elenco mantém a narrativa sem perder a intensidade. A peça continua explorando diversos aspectos da vida feminina, como relacionamentos, maternidade e até romances entre mulheres mais velhas e homens mais jovens — algo raramente retratado no teatro londrino.
Uma obra que ressoa com o público
Para espectadores como Stephanie Schwartz, que sentiu-se prestes a desmaiar, The Years é uma representação autêntica da experiência feminina. Além de trazer reflexões sobre gerações passadas, a peça também incentiva o público a pensar sobre suas próprias vivências.
A produção segue em cartaz até 19 de abril, reafirmando seu impacto tanto artístico quanto emocional no público londrino.
Fonte: An Abortion Scene Gets Theater Audiences Talking, and Fainting / New York Times
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4
Legenda da foto ; Harmony Rose-Bremner em “The Years” no Harold Pinter Theatre em Londres. Crédito : Helen Murray