Perdas Gestacionais: Diagnóstico, Desafios e Suporte

Foto do autor
Cláudio Cordovil

A perda gestacional, que inclui aborto espontâneo e natimorto, afeta até um milhão de gestações anualmente nos Estados Unidos, deixando muitas pacientes sem respostas sobre o motivo. Esse fenômeno, apesar de comum, é cercado por um estigma que impede a discussão aberta, agravando a dor das famílias envolvidas.

O aborto espontâneo é uma condição recorrente e, em muitos casos, a causa não é investigada ou identificada até que várias perdas ocorram. Aproximadamente metade das gestações que terminam em aborto espontâneo ou natimorto permanece sem explicação, conforme observado por Dr. Diana Bianchi, diretora do National Institute of Child Health and Human Development. Este ensaio busca explorar as razões subjacentes às perdas gestacionais, os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde e as novas abordagens para diagnóstico e suporte às pacientes.

A maioria dos abortos espontâneos ocorre no primeiro trimestre da gestação, com anomalias cromossômicas sendo a causa mais comum. Contudo, outros fatores contribuintes permanecem pouco compreendidos devido à dificuldade de estudo imediato após a perda e à relutância das pacientes em participar de ensaios clínicos. Além disso, desde a reversão do caso Roe v. Wade em 2022, as restrições ao uso de medicamentos abortivos como mifepristone e misoprostol, que também são utilizados na gestão de abortos espontâneos, complicaram ainda mais o cuidado, conforme destaca a Dra. Debra Stulberg, da Universidade de Chicago.

O Dr. Zev Williams, da Universidade de Columbia, desenvolveu o teste Short-read Transpore Rapid Karyotyping (STORK), que analisa tecidos de um aborto espontâneo para identificar anomalias cromossômicas em questão de horas, a um custo aproximado de 200 dólares. Esse avanço tem o potencial de tornar a análise cromossômica mais acessível, mesmo após uma única perda, proporcionando respostas rápidas e reduzindo a angústia das pacientes.

A investigação da placenta é crucial para compreender as perdas gestacionais. Dr. Harvey Kliman, de Yale, identificou que a maioria dos abortos espontâneos inexplicados estão associados a vilosidades coriônicas dismórficas (DCV) e placentas pequenas. A detecção dessas anomalias em tempo real durante a gestação pode permitir intervenções preventivas. Kliman também sugere uma possível correlação entre anomalias na placenta e no coração, o que poderia abrir novas frentes de pesquisa e tratamento.

A perda gestacional afeta profundamente a saúde mental das pacientes. Estudos indicam altos níveis de depressão e luto perinatal entre as mulheres que sofreram aborto espontâneo. Pesquisadores da Indiana University-Purdue University Indianapolis estão desenvolvendo uma ferramenta de triagem de saúde mental, o Reproductive Grief Screen, para ajudar os provedores a identificar e tratar problemas de saúde mental em pacientes que experimentaram perda gestacional, similar ao que é feito com a depressão pós-parto.

A investigação contínua sobre as causas e o manejo das perdas gestacionais é essencial para melhorar o suporte às pacientes e suas famílias. Avanços como o teste STORK e o maior foco na análise da placenta e na saúde mental representam passos importantes para proporcionar respostas e cuidados adequados. Embora não haja uma solução universal, a esperança é que esses desenvolvimentos forneçam novas ferramentas e aumentem a compreensão sobre este doloroso fenômeno.


Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Imagem gerada por Inteligência Artificial

Fonte: Miscarriage is common. These researchers are on a mission to better understand why / PBS News

Deixe um comentário