Quando a autonomia do paciente nos causa dor

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Equipe Editorial

Em um artigo emocionante publicado no The Guardian em 21 de novembro de 2023, a oncologista australiana Ranjana Srivastava compartilha a história de uma paciente jovem que se recusou a receber tratamento para o câncer. Srivastava descreve a jornada da paciente, que inicialmente enfrentou tratamentos agressivos de quimioterapia e radioterapia, que deixaram marcas profundas física e emocionalmente. Anos depois, durante uma rotina de vigilância, a paciente descobre que o câncer retornou.

Apesar da possibilidade de cura com novos tratamentos, a paciente se recusa a continuar o tratamento. Srivastava, respeitando a autonomia do paciente, fica perplexa com a decisão, mas tenta compreender as motivações da mesma. A paciente, uma mulher na casa dos quarenta, expressa o desejo de se concentrar em sua vida familiar e trabalho, temendo que o tratamento a afaste desses objetivos.

Srivastava, embora comprometida com o respeito à escolha do paciente, sente um conflito entre a decisão da paciente e o que ela sabe ser necessário para prolongar a vida dela. A paciente acaba falecendo após recusar tratamento adicional, e Srivastava fica com um sentimento de perda e dúvida. Ela eventualmente descobre, através do marido da paciente, que a decisão de recusar o tratamento foi motivada pela crença de que os sofrimentos anteriores garantiriam uma cura permanente.

O artigo destaca a complexidade das decisões de tratamento em oncologia e a importância de entender os valores e crenças dos pacientes. Srivastava reflete sobre a possibilidade de ter faltado compreensão mútua e pondera sobre o equilíbrio entre ciência e crenças pessoais no tratamento do câncer.


Com informações do The Guardian

Imagem gerada por Inteligência Artificial

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