O racismo no ambiente de saúde é um problema grave que não apenas afeta a qualidade do atendimento aos pacientes, mas também o bem-estar dos profissionais da área. Uma pesquisa nacional ampla, realizada pelo Commonwealth Fund e pelo African American Research Collaborative (AARC), revelou dados alarmantes sobre a percepção e a vivência da discriminação racial nos cuidados de saúde nos Estados Unidos.
Mais da metade dos trabalhadores da saúde considera a discriminação racial contra pacientes um problema significativo ou uma crise, enquanto quase a metade afirma ter presenciado tais atos discriminatórios em seus próprios locais de trabalho.
Essas experiências não só comprometem a saúde dos pacientes, como também afetam negativamente a saúde mental dos profissionais, podendo dificultar a contratação e a retenção de pessoal em um momento em que a escassez de provedores de saúde se torna cada vez mais crítica.
A pesquisa, que entrevistou 3 mil trabalhadores da saúde de 26 diferentes funções, incluindo médicos, enfermeiros, higienistas dentais e trabalhadores de saúde mental na primavera passada, destacou várias dimensões da discriminação:
- Trabalhadores da saúde negros e latinos relataram ver discriminação racial ou étnica contra pacientes com mais frequência em comparação com seus colegas asiático-americanos, das Ilhas do Pacífico e brancos.
- Existe uma divisão geracional marcante: 64% dos trabalhadores da saúde de 18 a 29 anos disseram ter visto pacientes enfrentarem discriminação, em contraste com apenas 25% dos trabalhadores com 60 anos ou mais.
- Cerca de 48% dos trabalhadores da saúde observaram que os profissionais médicos são mais receptivos quando pacientes brancos defendem seus próprios interesses do que quando pacientes negros fazem o mesmo.
- 57% afirmaram que pacientes que não falam inglês nem sempre recebem o mesmo nível de cuidado que aqueles que falam o idioma.
Além disso, aproximadamente metade (47%) dos trabalhadores da saúde relatou que a discriminação no campo lhes causa pelo menos algum estresse, com taxas mais altas entre trabalhadores latinos (63%) e negros (66%), comparados aos brancos.
Para combater essa discriminação, o Commonwealth Fund e o AARC sugerem que os sistemas de saúde facilitem a apresentação de relatórios anônimos por parte de trabalhadores e pacientes, treinem a equipe para reconhecer tratamentos injustos e introduzam mais oportunidades para ouvir pacientes e trabalhadores de cor.
Este cenário destaca a urgente necessidade de medidas concretas para combater o racismo no ambiente de saúde, visando não apenas melhorar o atendimento ao paciente, mas também criar um ambiente de trabalho mais saudável e inclusivo para os profissionais da área.
Fonte: Health care workers say patient discrimination is a big problem
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4