O governo britânico anunciou, na quarta-feira (11/12), a proibição por prazo indefinido do uso de bloqueadores de puberdade para crianças com disforia de gênero. A decisão foi tomada após especialistas independentes concluírem que o uso do medicamento apresenta riscos de segurança inaceitáveis. Essa medida só será revisada em 2027 e representa uma ruptura com as diretrizes de associações médicas de peso, como as europeias, norte-americanas e a Associação Mundial Profissional para a Saúde Transgênero.
O que muda com a proibição?
A proibição impede a prescrição de medicamentos que pausam ou suprimem a puberdade em crianças com disforia de gênero. O objetivo, segundo o governo, é fornecer mais tempo para que os jovens considerem opções futuras, incluindo a possibilidade de transição de gênero.
No entanto, a medida apresenta algumas exceções importantes:
- Não afeta quem já está recebendo o tratamento.
- Permite o uso em estudos clínicos.
- Continua autorizado para o tratamento de puberdade precoce, uma condição médica rara.
A decisão é válida em todo o Reino Unido, incluindo Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, após consultas com os respectivos governos locais.
Uma decisão controversa
O secretário de saúde Wes Streeting anunciou que um ensaio clínico será iniciado no próximo ano para avaliar melhor os efeitos dos bloqueadores. Ele enfatizou a necessidade de “cautela e cuidado com esse grupo vulnerável” e garantiu que a decisão foi baseada em pareceres de especialistas.
A medida ocorre após a decisão de um tribunal em julho, que manteve uma proibição emergencial sobre os bloqueadores. Na época, a juíza Beverley Lang destacou que a revisão conduzida pelo NHS (Serviço Nacional de Saúde) revelou riscos substanciais e benefícios limitados da terapia. Segundo Lang, o tema está envolto em “evidências notavelmente frágeis” e em um “discurso social turbulento”.
Críticas e reações
Organizações como a TransActual criticaram fortemente a proibição, classificando-a como discriminatória. Segundo Keyne Walker, diretor estratégico do grupo, não há evidências de danos graves associados aos bloqueadores de puberdade em 40 anos de uso. Ele argumentou que a proibição apenas para pessoas trans é uma forma clara de discriminação.
Por outro lado, a Associação Médica Britânica destacou que a revisão do NHS foi alvo de controvérsias, com críticas vindas de pacientes, cientistas e especialistas jurídicos. A associação votou por conduzir uma avaliação baseada em evidências sobre o relatório.
Impactos futuros
A decisão do Reino Unido coloca o país em um caminho distinto de outras nações que apoiam o uso de bloqueadores como parte do cuidado com jovens trans. Enquanto o debate segue acalorado, resta saber como o ensaio clínico e a revisão programada para 2027 poderão influenciar futuras políticas.
Fonte: Britain Indefinitely Bans Puberty Blockers for Children With Gender Dysphoria / AP
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4
Imagem gerada por Inteligência Artificial