Suicídio Assistido: Parlamento Britânico Aprova Primeiro Passo Histórico

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Cláudio Cordovil

A Câmara dos Comuns aprovou, em uma votação histórica, propostas para legalizar o suicídio assistido na Inglaterra e no País de Gales. O projeto de lei, voltado para adultos terminais com expectativa de vida de até seis meses, foi aprovado por 330 votos a 275, uma margem de 55 votos.

O que o projeto propõe?

O projeto de lei, apresentado pela deputada trabalhista Kim Leadbeater, visa permitir que pessoas com doenças terminais solicitem ajuda para encerrar suas vidas de maneira digna. Para isso, o processo deverá seguir critérios rigorosos:

  • Capacidade mental: O paciente deve estar apto a tomar a decisão.
  • Desejo claro e informado: O pedido deve ser feito sem pressões externas.
  • Avaliação criteriosa: Duas avaliações médicas independentes e a aprovação de um juiz da Suprema Corte serão obrigatórios.

Leadbeater argumentou que a legislação atual falha em proporcionar opções humanas e dignas aos pacientes em sofrimento extremo.

Votação e opiniões divergentes

A votação, a primeira em quase uma década sobre o tema, foi marcada por um intenso debate que durou mais de quatro horas e contou com relatos emocionantes de parlamentares.

  • Apoio ao projeto: Campanhas como a “Dignity in Dying” celebraram a decisão como um marco para os direitos dos pacientes terminais. Dame Esther Rantzen, apresentadora diagnosticada com câncer terminal, destacou que, embora a lei possa não beneficiá-la, “poupará as gerações futuras de sofrimentos desnecessários”.
  • Preocupações: O deputado conservador Danny Kruger, contrário ao projeto, alertou que o mesmo pode ser derrotado em estágios posteriores caso as salvaguardas propostas não sejam fortalecidas. Outros críticos temem que grupos vulneráveis, como idosos ou pessoas com deficiência, sejam pressionados a optar pelo suicídio assistido para não “serem um fardo”.

Divisões no Parlamento e entre o público

A votação foi livre, permitindo que os parlamentares decidissem de acordo com suas consciências. Dados mostram que um maior percentual de mulheres apoiou a medida em comparação aos homens. Entre os líderes políticos, o primeiro-ministro Keir Starmer votou a favor, enquanto a líder conservadora Kemi Badenoch foi contrária.

O que vem a seguir?

O projeto de lei ainda enfrentará meses de debates e poderá ser alterado antes de passar pela Câmara dos Lordes. Ambos os parlamentos precisam aprová-lo antes que a lei seja implementada.

No entanto, a divisão continua forte: enquanto alguns celebram um avanço na autonomia dos pacientes, outros destacam a importância de aprimorar os cuidados paliativos ao invés de oferecer a opção do suicídio assistido.

A discussão está longe de acabar, mas o resultado desta votação já é visto como um ponto de virada em um dos debates mais sensíveis e complexos da atualidade.


Fonte: MPs back proposals to legalise assisted dying / BBC

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

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