UNESCO: Navegando no cenário ético da geoengenharia

Foto do autor
Cláudio Cordovil

Um relatório recente da Comissão Mundial sobre a Ética do Conhecimento Científico e da Tecnologia (COMEST) da UNESCO investiga o tema complexo e controverso da geoengenharia. À medida que aumenta a urgência das alterações climáticas, este relatório é um passo crucial na compreensão das implicações éticas e práticas da utilização de tais tecnologias.

A geoengenharia, também conhecida como “engenharia climática”, tem sido vista como uma potencial solução para a mudança climática.

O relatório da UNESCO divide essas tecnologias em duas categorias principais:

  • remoção de dióxido de carbono, e;
  • modificação da radiação solar

Enquanto a primeira foca na retirada de CO2 da atmosfera, a segunda envolve refletir a luz solar de volta para o espaço.

No entanto, essas intervenções não surgem sem riscos significativos.

O relatório destaca preocupações como:

  • o potencial de enfraquecer políticas climáticas existentes,
  • agravar desigualdades globais, e;
  • até mesmo serem usadas para fins militares ou geopolíticos

Além disso, nossa compreensão atual dessas técnicas é limitada, o que torna difícil prever suas consequências a longo prazo.

Recomendações da UNESCO

  1. Obrigação Legal dos Estados: Introduzir legislação que regule essas novas formas de ação climática.
  2. Padrões Éticos na Pesquisa Científica: As pesquisas devem aderir a padrões éticos claros e estar alinhadas com o direito internacional.
  3. Impacto Transfronteiriço: Considerar o impacto de decisões de geoengenharia além das fronteiras nacionais.
  4. Colaboração e Monitoramento: Implementar uma colaboração aberta e responsável entre todos os países e garantir monitoramento constante.
  5. Envolvimento das Comunidades Marginalizadas: Garantir que comunidades impactadas pela mudança climática estejam envolvidas nas políticas de geoengenharia.

Conclusão

A geoengenharia apresenta uma combinação de oportunidades e riscos. Embora possa oferecer soluções para o desafio climático, é crucial abordá-la com uma compreensão completa de suas implicações éticas e práticas. As discussões sobre estas tecnologias devem ser tanto éticas quanto políticas, refletindo os interesses conflitantes entre diferentes regiões e comunidades.

O relatório da UNESCO é um passo importante para incluir estas considerações nas discussões intergovernamentais da COP28, ajudando a moldar um futuro onde a tecnologia e a natureza coexistam de forma sustentável para combater as mudanças climáticas.


Link para o relatório da UNESCO

Imagem gerada por Inteligência Artificial

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Deixe um comentário