No dia 27 de janeiro de 1945, os portões de Auschwitz foram abertos pelos soldados da Primeira Frente Ucraniana, libertando os prisioneiros após mais de quatro anos de terror. Este ano marca o 80º aniversário da libertação do mais infame campo de concentração nazista, onde mais de 1,1 milhão de pessoas, a maioria judeus, foram assassinadas.
Entre as muitas histórias de resistência e coragem ligadas a Auschwitz, uma das mais notáveis é a de Witold Pilecki, o homem que se infiltrou voluntariamente no campo para revelar suas atrocidades ao mundo.
A Missão de Pilecki
Em 1940, Auschwitz ainda era pouco conhecido fora da Alemanha nazista. O campo começou como uma prisão para dissidentes políticos poloneses, mas logo se tornou uma máquina de extermínio em massa. Para entender o que estava acontecendo ali, Pilecki, um tenente do exército polonês e membro da resistência, aceitou a missão de entrar no campo e relatar suas condições.
Com um plano cuidadosamente elaborado, ele se deixou prender durante uma batida policial em Varsóvia, usando a identidade falsa de um soldado polonês morto. Assim, foi deportado para Auschwitz como prisioneiro número 4859.
Durante dois anos e meio, Pilecki suportou fome, trabalho forçado e o risco constante de morte enquanto coletava informações detalhadas sobre o que ocorria dentro dos portões marcados com a frase irônica “Arbeit Macht Frei” (“O trabalho liberta”).
A Primeira Testemunha dos Horrores
De dentro do campo, Pilecki organizou uma resistência clandestina, sabotando instalações e assassinando oficiais da SS. Ele também coordenou o contrabando de alimentos e medicamentos para os prisioneiros.
Mais importante ainda, seus relatórios detalhados sobre torturas, câmaras de gás e execuções em massa foram contrabandeados para o exterior. Neles, ele pedia que os Aliados atacassem o campo para impedir mais mortes. No entanto, apesar de suas denúncias, Auschwitz continuou operando até sua libertação pelos soviéticos em 1945.
Após escapar do campo em 1943, Pilecki continuou lutando pela liberdade da Polônia, participando da Revolta de Varsóvia contra os nazistas. Porém, após o fim da Segunda Guerra, a Polônia caiu sob domínio soviético e Pilecki foi preso, forçado a assinar uma confissão como traidor e executado secretamente em 1948. Durante o regime comunista, seu nome foi apagado da história e seus documentos foram destruídos ou escondidos.
Reconhecimento Tardio
Somente nos anos 1990, após a queda do comunismo na Polônia, a verdade sobre Pilecki veio à tona. Sua família, que cresceu ouvindo que ele era um traidor, finalmente descobriu que ele havia sido um herói.
Hoje, seu nome está presente em escolas, ruas e no Instituto Pilecki, criado para estudar a história política polonesa do século XX e homenagear aqueles que ajudaram seus compatriotas em tempos difíceis. Em 2025, uma nova seção da exposição no Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau será dedicada aos cidadãos poloneses que passaram pelo campo.
Lembrar para Não Repetir
O Museu Memorial de Auschwitz-Birkenau reforça a importância de preservar este local como testemunho de uma das maiores tragédias da humanidade. Para aqueles que visitam, o objetivo é proporcionar um momento de reflexão e aprendizado.
Como afirmou Dorota Kuczyńska, guia e porta-voz do museu há 27 anos, “ver jovens que não apenas ouvem a história do passado, mas também discutem como construir um mundo baseado no respeito, empatia e verdade nos dá esperança para a humanidade”.
A história de Witold Pilecki é um lembrete poderoso de coragem e sacrifício. Seu legado vive na memória daqueles que se recusam a esquecer o que aconteceu em Auschwitz e no compromisso contínuo de garantir que tragédias semelhantes nunca mais se repitam.
Fonte: The man who revealed Auschwitz’s atrocities to the world / BBC
Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4
Crédito de foto: Arquivo do State Museum Auschwitz-Birkenau em Oświęcim