📌 Crise de paternidade na Holanda: mais de 25 filhos por doador preocupam autoridades

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Cláudio Cordovil

Um novo levantamento do registro nacional de doadores de sêmen na Holanda revelou um dado alarmante: ao menos 85 homens ultrapassaram o limite legal de filhos gerados por inseminação artificial, com um caso extremo de um doador com até 125 descendentes. Essa descoberta reacende debates sobre riscos genéticos e falhas regulatórias no sistema de fertilidade do país.

🚨 Riscos reais: consanguinidade e descontrole

O principal temor levantado é o aumento da chance de relacionamentos entre meio-irmãos sem que tenham conhecimento disso, o que eleva o risco de anomalias genéticas em futuras gerações. O ministro da Juventude, Prevenção e Esporte, Vincent Karremans, responsabilizou a fiscalização frouxa e os registros falhos das clínicas de fertilização.

Desde 2018, a lei holandesa limita a 12 o número de filhos por doador — antes, o limite era 25. No entanto, entre 2004 e 2018, foram registrados quase 24 mil usos de sêmen doado, em um cenário onde as diretrizes de 1992 foram frequentemente ignoradas, segundo a ONG Donorkind.

🧬 Indústria sob pressão e novas leis

Casos como o de Jonathan Jacob Meijer, que teria gerado mais de 500 filhos ao redor do mundo, já haviam gerado indignação pública. Agora, com a revelação de que clínicas compartilharam doadores entre si sem controle e que homens conseguiram doar para várias instituições em paralelo, cresce o apelo por maior transparência e responsabilização.

A resposta do governo foi a criação da nova Lei de Dados de Doadores de Fertilização Artificial, em vigor desde 1º de abril. Ela impõe códigos de rastreamento para doadores e mães, e prevê sanções civis para clínicas infratoras. Contudo, a legislação não cobre sêmen importado, o que permanece como uma brecha preocupante.

📣 Pressão da sociedade civil

A Donorkind pediu ao Parlamento a divulgação dos números completos de afetados e exige regulação sobre o sêmen importado, além de responsabilização das clínicas privadas envolvidas. A organização denuncia uma indústria voltada ao lucro, com pouca consideração pelas consequências éticas de “criar vida em série”.

Em um raro mea culpa, a Sociedade Holandesa de Ginecologia reconheceu os erros. “Não fizemos a coisa certa”, declarou a presidente Marieke Schoonenberg.

🔍 Reflexão bioética: O caso holandês destaca a urgência de regulações internacionais mais robustas para a reprodução assistida, com foco não apenas em números, mas na integridade genética e emocional das famílias formadas.


Fonte: Sperm Donors in the Netherlands Fathered More Than 25 Children Each, New Data Reveals / New York Times

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Imagem gerada por Inteligência Artificial

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