Você se Arriscaria pela Ciência? O Crescente Interesse pelos Testes de Desafio Humano

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Cláudio Cordovil

Os testes de desafio humano – estudos nos quais voluntários são deliberadamente expostos a patógenos para testar vacinas e tratamentos – vêm ganhando força desde a pandemia de Covid-19. Embora controversos, esses experimentos têm ajudado a acelerar a pesquisa de novas terapias para doenças como malária, gripe e até Covid-19.

O Que São Testes de Desafio Humano?

Esse tipo de estudo não é novidade. Desde o século XVIII, experimentos semelhantes ajudaram a moldar a medicina moderna, como o famoso teste de Edward Jenner, que levou à criação da primeira vacina contra a varíola. Contudo, ao longo da história, alguns testes foram realizados de maneira antiética, sem o consentimento dos participantes, especialmente em populações vulneráveis.

Hoje, no entanto, os protocolos éticos são rigorosos. Os voluntários precisam ser informados dos riscos e dar consentimento explícito antes de participar. Além disso, esses estudos são geralmente realizados com doenças que possuem tratamentos eficazes, garantindo a segurança dos participantes.

O Crescimento do Interesse

Desde a pandemia, países como Índia, Canadá e Austrália vêm investindo na infraestrutura necessária para realizar esses testes. Um dos principais atrativos desse método é a agilidade: enquanto ensaios clínicos tradicionais podem levar anos para avaliar a eficácia de uma vacina, os testes de desafio humano podem fornecer respostas em poucos meses.

Os voluntários, por sua vez, costumam ser motivados por um misto de altruísmo e incentivo financeiro. Um estudo realizado na Holanda apontou que a maioria dos participantes deseja contribuir para a ciência e ajudar pessoas em países em desenvolvimento, embora o pagamento também seja um fator relevante.

Malária, Gripe e Outros Estudos em Andamento

Em outubro de 2024, um jovem de 26 anos chamado Alexander Laurenson participou de um teste de desafio humano para malária na Universidade de Maryland, nos EUA. Durante o experimento, ele permitiu que mosquitos infectados o picassem para testar um novo anticorpo monoclonal. Após alguns dias, ele sentiu dores de cabeça e náuseas, mas, ao final, descobriu que seu desconforto era causado por uma virose comum – sinal de que o anticorpo experimental pode ter funcionado.

Experimentos semelhantes estão sendo conduzidos para desenvolver vacinas contra vírus como Zika, gripe e hepatite C. Na Austrália, por exemplo, pesquisadores estão estudando uma vacina para a bactéria Streptococcus A, uma das mais letais do mundo.

O Futuro dos Testes de Desafio Humano

Apesar das críticas e preocupações éticas, a área continua avançando. Com instalações especializadas surgindo ao redor do mundo e mais financiamento disponível, os pesquisadores acreditam que esses testes podem desempenhar um papel essencial no desenvolvimento de vacinas mais eficazes.

Para muitos voluntários, como Laurenson, a experiência foi tão positiva que ele já está considerando participar de um novo estudo. Sua dúvida atual? Escolher entre um teste para shigella ou influenza.

💡 O que você acha desse tipo de pesquisa? Você se voluntariaria para um teste de desafio humano?


Fonte: Would You Get Sick in the Name of Science? / New York Times

Este artigo foi criado em colaboração entre Cláudio Cordovil e Chat GPT-4

Foto de Mufid Majnun na Unsplash

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